17-01-2022 JUL tenta recuperar o tempo perdido
A pandemia atrasou a implementação da JUL nos portos nacionais, mas agora tenta-se recuperar algum do tempo perdido. Chegará aos Açores em fevereiro e a Viana em março.
Cláudio Pinto, coordenador do processo da JUL, faz o ponto de situação e insiste nas virtualidades da JUL para todos os stakeholders.
P - Em que medida o projeto JUL virá “revolucionar” o Setor?
Cláudio Pinto - Quando a JUP entrou em produção, em 2008, sabíamos que estava a ser dado um passo determinante na modernização do setor marítimo-portuário nacional, que colocaria os portos nacionais na vanguarda da tecnologia, tornando-os mais ágeis, simplificados e eficientes. Agora, com a JUL, este salto qualitativo é ainda mais evidente, uma vez que a plataforma permite integrar o nó “porto” em toda a cadeia logística.
A JUL resulta em ganhos de eficiência significativos para todos os stakeholders, tornando todo o processo logístico mais preditivo, célere e transparente, integrando todas as partes e permitindo a interação entre todos os atores. Como resultado desta interação e integração, a JUL traduz-se numa ferramenta importantíssima no que diz respeito à compilação e tratamento de dados de negócio, contribuindo ainda para uma cadeia de valor mais sustentável e eficiente ao nível ambiental, na medida em que contribui para uma agilização significativa no que diz respeito à interligação entre meios de transporte.
Importa ainda referir que a JUL dará um importante contributo para o cumprimento das metas do Green Deal, bem como para os objetivos de sustentabilidade definidos pelas Nações Unidas.
P - Como está a decorrer a implementação da JUL nos vários portos e quais as expectativas de se alcançar uma velocidade cruzeiro a nível nacional?
Cláudio Pinto - À semelhança do que aconteceu noutros setores de atividade, o contexto pandémico teve repercussões negativas no processo de implementação da JUL nos portos nacionais. No entanto, temos vindo a trabalhar no sentido de acelerar o processo, tanto quanto nos seja possível, no intuito de recuperar algum do tempo que, forçosamente, perdemos. Neste momento, a plataforma encontra-se implementada em praticamente todos os portos nacionais, com exceção dos Açores, esperando-se que entre em produção já em fevereiro próximo, seguindo-se os portos sob gestão da APDL, começando-se por Viana do Castelo, em março, e Leixões num segundo momento.
P - Quais as maiores dificuldades que estão a ser encontradas na implantação do projeto e em que medida os stakehoders poderão ajudar a ultrapassá-las?
Cláudio Pinto - Mais do que identificar dificuldades, deveremos ter em consideração que a JUL é um sistema complexo, abrangente, que vem substituir uma plataforma cujo grau de maturidade era já considerável (JUP).
Tendo em conta os serviços críticos que a JUL presta ao negócio, ao longo de toda a cadeia logística, é imperativo que todos os atores unam esforços focados no sucesso da sua implementação; o comprometimento de todos os stakeholders será fundamental neste processo.
P - Sabendo que a estatística atualizada é uma das ferramentas essenciais de trabalho para angariar mais Armadores/navios para os nossos portos, em que medida se pode garantir que a JUL fornecerá os dados necessários ao bom desempenho do AGEPORSTATS?
Cláudio Pinto - Não só podemos garantir que assim será, como confirmamos que foi já testada a funcionalidade que permite o envio de dados estatísticos, tal como anteriormente protocolado entre as Administrações Portuárias e a AGEPOR. Durante as próximas semanas teremos esta funcionalidade disponível.
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